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Foto do escritorLeonardo S. Paduan

Criando as condições para Mochilar

Atualizado: 15 de mai. de 2019


Antes de contar a história dos dias na estrada é importante destacar os antecedentes desse mochilão. Quando decidi mochilar sabia que precisava fortalecer grandes pilares da viagem, assim tive que preparar algumas coisas: Cuidar melhor do corpo e mente, conquistar o aval e apoio familiar e da namorada e ajustar a parte financeira.

Com relação a família e namorada foi mais fácil que imaginava. Meus pais apoiaram a iniciativa, com algumas ressalvas com relação a trajetos perigosos. O mesmo valeu para a namorada. Sim, tenho sorte! Creio que de cada 10 mulheres(ou homens) 9 fariam cara feia se o namorado(a) falasse que iria cair no mundo por 3 meses sozinho(a). Ou seja, o mais importante já tinha. Agora precisava juntar uma grana e me preparar física e psicologicamente para a aventura.

Money que é Good nois num have!

Viajar é realmente a única coisa que você compra e te deixa mais rico. Sim, obvio! Espiritual e culturalmente é incalculável o quanto você acumula de riqueza. Porém, você tem gastos e se você nasceu em berço de ouro, como eu, é necessário trabalhar e juntar dinheiro para desfrutar de suas viagens.

Por isso, com o intuito de fazer uma grande viagem, ainda sem ter o destino traçado, no segundo semestre de 2015 comecei um freelancer, que iria durar 14 meses. Ou seja, até o início de outubro de 2016. Com a conclusão desse projeto eu iria cair na estrada, já estava decidido. Entre os motivos de optar pela América do Sul foi por ser uma opção a priori mais barata. Como o freela era renda extra, todo dinheiro seria destinado ao orçamento desse mochilão. Não! Eu não juntei milhões!

Ok. Mas, você pode estar pensando... "se eu não conseguir juntar uma grana, posso mochilar?" Sim. Isso depende do seu grau de desprendimento das coisas materiais e sua disponibilidade para isso. Na estrada você conhece histórias de todos os tipos de pessoas que saíram quase sem dinheiro e ficaram meses viajando. Inclusive, algumas, contarei em outros posts no blog. Em breve também terão posts com dicas para economizar com quase tudo durante uma viagem. Então, não se preocupe é possível conhecer muita coisa com pouca grana.

Muitas pessoas me perguntam sobre valores. Ao longo das postagens falo melhor sobre gastos. Mas, posso adiantar que passei o mesmo tanto de dias que planejei, conheci mais lugares e os gastos foram menores do que previsto orçamento. Viajando por quase 3 meses gastei menos do que gastaria para adquirir um carro popular usado.

Sinceramente, acho que investi certo. Foi melhor caminhar a pé pelas ruas desconhecidas da América do Sul, na chuva ou no calor desértico, do que andar de carro no ar condicionado e fazer o mesmo caminho diário pelas ruas da minha cidade.


#Pracegover: Imagem com um cofrinho de porco, na areia, com uma toalha e estrela do mar ao lado. Com uma mão colocando alguns dólares no cofre. Escrito ao lado: Viajar não é gasto é INVESTIMENTO.

Uma mente sã e um corpo são

Além do respaldo financeiro, buscar o equilíbrio da mente e corpo é importante para vida, e ainda mais quando você viaja, visto que passa dias num ambiente diferente exposto a situação meteorológicas, sociais e gastronômicas que não está adaptado. Logo, é recomendável um mínimo preparo para não sofrer e sim desfrutar de todas essas novidades.

Assim, ao longo de 2016, fiz um planejamento de atividades físicas para me preparar para grandes caminhadas e treckings, bem como para suportar mais fácil o peso do mochilão. Entre as atividades físicas estavam partidas de futebol (2 vezes na semana, caminhadas e exercícios). Com o futebol, tinha planejado parar em julho, pois queria evitar qualquer tipo de lesão e focar em caminhadas mais leves para manter o ritmo.

Justo no primeiro dia de julho fui para a última partida dos meus planos e o que aconteceu? Tive uma lesão no tornozelo, um tanto quanto séria. Cheguei a engessar, coloquei bota ortopédica. No início do tratamento tive até receio de estragar os planos da viagem. Aí que entra a mente sã. Além da reabilitação física, o psicológico teve de ser trabalhado.

Nos primeiros dias sem poder pisar no chão, me bateu um desanimo, imunidade baixou, fiquei doente. Pensava que o sonho seria adiado mais uma vez. Nisso, família e namorada foram essenciais para manter o animo e até acelerar a recuperação. Segui as recomendações médicas a risca e trabalhei e fortaleci a mente. Em meados de agosto já caminhava sem mancar tanto.

Se em algum momento duvidei que não iria acontecer, quando voltei a caminhar, mesmo com dificuldade, já tinha na cabeça que NADA me impediria de realizar aquele sonho. Passado o trauma, em meados de agosto sai do trabalho fixo e fiquei apenas com o freelancer. Isso, fazia parte de cuidar da “Mente”. Não podia sair direto do trabalho e já ingressar na viagem. A rotina cansativa do trabalho vai sugando parte de sua alma e tira muito de sua essência. Não poderia chegar para o meu grande sonho, mentalmente exausto. Assim, em setembro me dediquei ao freelancer, ao planejamento do mochilão e a cuidar de mim.

Com a saída do trabalho, me senti mais leve. Passei a me exercitar mais, ler e organizar algumas coisas que estavam pendentes, me aproximar mais dos meus pais e pude desfrutar melhor do meu tempo e repensar em várias coisas da vida. Logo, estava preparado e só precisava cuidar da ansiedade para cair na estrada.


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