Faltavam poucas horas para ingressar numa viagem que iria transformar minha vida. Quase tudo estava pronto! A passagem para o primeiro destino: PORTO ALEGRE já comprada. Estadia reservada. Documentos separados. Dinheiro separado. Só faltava arrumar as malas, ou melhor as mochilas.
Uma coisa que me preocupava era o PESO DA MOCHILA. Afinal, carregaria ela nas costas por muitos dias. A ideia é que a mochila seja um auxílio e não um martírio. Por isso, procurei NÃO CARREGAR PESO INÚTIL só o ESSENCIAL. Primeiro fui na mochila menor. Uma mochila já um pouco velha, que já usava em algumas viagens menores. Nela a priori estavam a priori, produtos de higiene pessoal, uma “farmacinha” com vários remédios, as câmeras, algumas coisas para comer, carregadores de bateria, filtro solar, óculos escuro, uma pequena manta de viagem, uma toalha, cadeados para usar em lockers de hostels, e o DIÁRIO DE VIAGEM. OK. Fechou tranquilamente, não muito pesada.
Agora o MOCHILÃO!
Com o Mochilão, tive um pouco mais de problema. Fiz a primeira mala com peças de roupa, um chinelo e um tênis extra, blusa e acessórios para frio, como luvas e cachecol. Apesar de ter colocado apenas roupas mais velhas e confortáveis e maioria fácil de lavar, ao colocar nas costas senti que estava pesado. Logo comecei a pensar nas dificuldades que enfrentaria ao longo dos 80 dias de estrada. Só havia uma solução: ELIMINAR PESO.
Então, comecei a tirar peças de roupa. Até que cheguei a 10 cuecas, 8 pares de meia, 12 camisetas, 1 blusa de frio, 1 cachecol, 1 par de luvas, 1 gorro, 1 boné, 2 calças, 6 shorts, 1 par de tênis, 1 chinelo. Todos os itens divididos em sacolas para facilitar no manuseio da mochila. Além disso, só levaria mais a roupa do corpo e o tênis de trilhas que usaria já na viagem de ida. Eram esses itens que eu tinha para enfrentar as dificuldades que a América do Sul proporcionaria.
O mochilão ficou mais leve. Mas, ainda senti pesado. Porém, desde o início eu planejava diminuir peso ao longo da viagem, como por exemplo, com doação de roupa. Não cheguei a pesar as mochilas, para ficar pensando em quantos quilos eu carregaria nas costas.
Ao longo, da viagem sem querer acabei descobrindo que o Mochilão pesava de 12 a 15 kilos. Variou o peso com as doações de roupa, compras no meio do caminho e etc! Já a mochila menor pesava cerca de 5 a 6 kilos. Ou seja, ao todo carreguei aproximadamente 20 kilos.
Confesso que antes de viajar fiquei um pouco preocupado. Porém, não seriam alguns quilos que iriam me desanimar de realizar um sonho. Agora só faltavam algumas horas para ingressar nessa aventura. Fui dormir tarde naquela de terça-feira, 04 de outubro de 2016. Creio eu que era culpa dessa tal de ANSIEDADE, que normalmente aparece quando estamos diante de um grande momento em nossas vidas.
O tempo parecia passar mais devagar e as horas pareciam dias, os minutos e segundos não passavam. Sua mente viajava e transcendia todas as barreiras e pensamentos possíveis. O mundo inteiro continuava a girar, mas o meu particular parecia parado. Foi assim que eu me senti naquela noite. Meu corpo estava ali na minha cidade, já o coração e mente estavam acelerados a vários quilômetros de distância já viajando por todo o roteiro traçado pelas terras sulamericanas. Só conseguia pensar nas coisas incríveis que estavam esperando para serem conhecidas. Aquela noite seria diferente! Na manhã seguinte, ao invés de acordo de um sonho, seria a primeira vez que acordaria em um sonho, pois na manhã seguinte embarcaria no tão aguardo MOCHILÃO!
Acordei bem cedo na quarta-feira. Logo, me arrumei e fui sentido a rodoviária da minha cidade. Meus pais, grandes pilares de todo esse sonho me acompanharam. Ficaram ali esperando o ônibus que me transportaria para o início de um sonho real que abriria minha CABEÇA! Mas, essa história eu conto no próximo post. Vem comigo e VAMOS ABRIR A CABEÇA JUNTOS!