O Egito é um dos destinos mais procurados por turistas do mundo todo. A cultura exótica e o mistério por traz da construção das pirâmides sempre mexeu com o imaginário dos viajantes. As ameaças de terrorismo por parte do Estado Islâmico e a instabilidade institucional após a Primavera Árabe, afastaram um pouco os turistas do país. Porém, o turismo segue forte no Egito.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE) adverte que os Cidadãos brasileiros devem viajar ao Egito com alto grau de cautela. Ainda que os níveis de violência urbana sejam baixos, recomenda-se evitar viagem a algumas áreas do país, como o Norte do Sinai, bem como regiões no deserto ocidental próximas à fronteira da Líbia por razões de segurança.
#Pracegover: Foto da Esfinge atrás uma piramide. Com um filtro com as cores da bandeira do Egito. Escrito "Egito" (na parte superior) com uma fonte arábe
VISTO
Para visitar o país, o MRE afirma que o visto de turismo pode ser adquirido na chegada no Aeroporto do Cairo, ou nos postos de fronteira, caso a viagem seja pela via terrestre, mediante o pagamento da taxa de US$ 25,00. O visto pode ser renovado, posteriormente, junto à autoridade migratória egípcia ("El Mugamma"). Já com relação a viagens a trabalho/estudo, a orientação do MRE é que cidadãos brasileiros deverão obter o visto apropriado antes da viagem. O visto de trabalho ou de estudo não poderá ser obtido no aeroporto.
#Pracegover Foto homem de pé embaixo de uma placa escrita "Welcome Egypt"
Partiu Egito?
Vamos embarcar para as terras dos faraós na mochila do Luiz Oliveira, um brasileiro de 20 anos, que já viajou para vários países do mundo. Luiz esteve no Egito em Maio de 2015 e ficou por lá durante 03 semanas. A principal motivação dele para visitar a terra dos faraós não foram as pirâmides. "Há muito tempo eu sou fã da banda Oka Wi Ortega que é uma banda Egípcia. Fiquei curioso para conhecer o país, por conta disso. Logo surgiu uma promoção onde encontrei passagens de ida e volta por R$ 700,00", contou.
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Durante sua estadia visitou as cidades de Taba, Sharm El-Sheikh, Dahab, Cairo, Luxor, Aswan e Nuweiba. "Dahab é a minha cidade favorita, tem um ar de interior e o mar é maravilhoso. Aswan levaria o segundo lugar", classificou. Além disto, o brasileiro contou o que não pode deixar de fazer no Egito. " Poderia dizer que as pirâmides, mas ficaria muito óbvio e clichê. Então, acredito que mergulhar no mar vermelho em Dahab, é algo indispensável, pois é incrível! Conhecer o templo de Luxor também. Andar de bicicleta pela orla do Rio Nilo em Aswan é gratificante, porém recomendo fazer antes das 06h da manhã ou depois das 20h, o calor é insuportável (ao menos em maio)", aconselhou.
#Pracegover FOTO: Golfo com água azul bem clara. Ao fundo montanhas em volta do golfo. Céu azul sem nenhuma nuvem.
EGITO, UM PAÍS "LOW COST"
Luiz é um mochileiro experiente, já viajou por toda América Latina e alguns países da África e Ásia. De acordo com ele, o Egito é um país com passeios baratos e foi um dos destinos que mais gostou de conhecer. "O Egito está no topo da lista de países que mais gostei. Em Cairo, possui uns barcos no Rio Nilo que realizam festas por EGP 5, bem mais barato do que os valores ofertados pelas agências. Além de ser um país seguro, ao menos em comparação ao Brasil. Mas, devo dizer que o que eu mais gosto do Egito, é o preço. É tudo muito barato o que torna a experiência mais acessível e incrível", descreveu.
"O Egito é um país super econômico. Lógico, que alguns tours custam mais caros, mas por exemplo, um passeio pelas pirâmides de 04 horas, custa EGP 700, em torno de R$ 130. E esse é um dos mais caros, tenho certeza que é possível encontrar por um preço menor se você tiver disposição de caminhar no calor de 45 graus", complementa.
#Pracegover homem em cima de um camelo com a mão posicionada em cima de uma das pirâmides
DICAS DO LUIZ:
- CUIDADO COM O CHÁ GRÁTIS!
Nosso amigo mochileiro também fez um alerta. "Uma dica valiosa é pesquisar bem os valores antes. Mas, com cuidado! Os egípcios têm o costume de convidar para tomar um chá na maior inocência, fazem uma cara amigável dizendo “Let’s go my friend, just a tea, it is for free!”, e só te deixam sair da loja/tenda/agência, depois que comprar algo. Não que eles te obriguem! Entretanto, a pressão é tanta que você acaba se rendendo e comprando", advertiu.
- LEVE PRESENTE! "Tem que levar um presente se for jantar na casa de algum egípcio, mesmo que seja uma janta bem simples. É elegante chegar com um presente em mãos. Os anfitriões esperam por esse ‘presente’ que pode ser até um chocolate", informou Luiz.
SINALIZAÇÃO EM ARÁBE
Apesar de ter gostado bastante do país, quando perguntado sobre a estrutura turística do país, Luiz deu nota 5/10 para o Egito. "Alguns lugares, como o Cairo e Luxor, são mais estruturados para o turismo. Porém o transporte público, por exemplo, é muito difícil conseguir em qualquer cidade, pois é tudo escrito em árabe. A população em geral fala bem pouco inglês. Como sabemos, mochileiro gosta de economizar, logo, andar de táxi não é uma opção. Sinalização é algo bem complicado", destacou Luiz.
Com relação a ACESSIBILIDADE, nosso amigo mochileiro disse que o país deixa muito a desejar. "Infelizmente, o Egito não tem uma estrutura que contemple a pessoa com deficiência. As ruas são péssimas para caminhar. O trânsito é caótico e poderia dizer que ninguém respeita as leis de trânsito. O governo ainda não se ateve a este detalhe importantíssimo", comentou.
#Pracegover: Uma foto no lado esquerdo de um ônibus com escritas em arábe e do outro lado um papel com a lista de destinos também escrito em arábe
POVO HOSPITALEIRO
Vários são os relatos de viajantes que dizem que o povo egípcio é muito receptivo e alegre. Luiz também teve esta impressão. "É realmente um povo super hospitaleiro. Sempre querendo ajudar. Óbvio, que alguns com o interesse em vender algo. Todavia, no geral são muito queridos, e eles adoram estrangeiro. Como disse anteriormente, eles sempre convidam para tomar um chá ou algum suco. Só precisa tomar cuidado para ver se é um convite genuíno ou tem algum interesse por trás".
Luiz também disse que o povo egípcio costuma tratar muito bem os brasileiros. "Em nenhum momento eu senti qualquer tipo de preconceito. Na verdade, eles me olhavam com curiosidade, pois sou negro e há poucos no Egito, geralmente negros moram no sul do país perto de Aswan e dificilmente saem da cidade. Quando eu dizia que era brasileiro, eles adoravam. Acho que ser brasileiro em alguns países abre portas", complementou.
#Pracegover homem no canto direito ao fundo cidade (Cairo)
MULHERES NO EGITO
Infelizmente, sabemos que as mulheres enfrentam dificuldades em todas as sociedades. Ainda mais em países árabes, onde a cultura é de submissão ao homem. O mochileiro contou sobre uma passagem que evidencia como o machismo está impregnado na sociedade egípcia. "Um costume que achei bem diferente, é que lá a mulher é obrigada a cozinhar, servir, recolher os pratos, lavar, sem interagir com os homens. Lembro que tentei lavar a louça e os homens ficaram bem ofendidos, pois isso é função da mulher", recorda
Luiz acredita que sua experiência foi positiva no país, justamente por eu ser homem. "Acredito que mulheres encontram mais dificuldades. Então, minha dica para mulheres brasileiras ou não, é que pesquisem bastante antes de ir. Pois, para vocês acredito que não seja somente desembarcar como foi para mim. Existe toda a questão cultural, vestimenta. As mulheres não precisam usar véu ou lenço, porém não mostrar o corpo é recomendável, incluindo os pés. Não chega a ser proibido, mas, e aconselhável para não atrair olhares indesejados e julgadores. Casais também devem ter cuidado porque demonstrar afeto em público não é comum e pode gerar certa estranheza por parte dos egípcios", alertou.
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